sábado, 30 de maio de 2015

quinta-feira, 28 de maio de 2015

Trainspotting de Irvine Welsh


O 33º livro do ano foi: #Trainspotting de #IrvineWelsh.

Um emocionante relato do mundo cruel e sem voltas das drogas...e blá blá blá...

Bem, eu poderia começar falando sobre esse livro com todo o lado pomposo das boas palavras do mundinho fictício que a nossa sociedade acredita viver, como tentei acima. Mas não, esse livro é cru, é forte pra caralho, é sem sentimentalismo barato e coisa e tal... 

Mas sinceramente, pouquíssimos autores dominam tão bem a arte de divagar sobre tantas coisas relapsas ao mesmo tempo. Tal como no trecho que vou transcrever agora:

"A mulher sorri de uma maneira levemente confusa e condescendente, mas para Renton aquilo é infinitamente superior a um "vai se fuder". Enquanto conversam, Renton começa a ficar preocupado com sua aparência. Os efeitos da anfetamina estão diminuindo aos poucos. Teme que seu cabelo, pintado de preto, pareça ridículo, e que suas sardas alaranjadas, a maldição de todo filho da puta ruivo, estejam muito evidentes. Antigamente se achava parecido com Bowie da era Ziggy Stardust. Alguns anos atrás, contudo uma mulher disse que ele era a cara de Alec McLeish, jogador de futebol do Aberdeen e da seleção escocesa. Desde então, o rótulo permaneceu. Quando Alec McLeish pendurou as chuteiras, Renton decidiu viajar até Abderdden para assistir à sua despedida, como sinal de gratidão. Lembrava de uma vez em que Sick Boy sacudiu a cabeça em desalento, perguntando como um cara que se parecia com Alec McLeish podia esperar ser atraente para as mulheres.
Assim, Renton pintou seu cabelo de preto e o arrepiou para tentar apagar a imagem de McLeish. Agora, teme que alguma mulher com quem saia morra de rir quando ele tirar as roupas e revelar seus pentelhos alaranjados. Pintou também as sobrancelhas e pensou em pintar seus pelos pubianos. Em um acesso de estupidez, pediu a opinião de sua mãe.
- Não seja idiota, Mark - ela respondeu, atiçada pelo desiquilíbrio hormonal da fase da vida pelo qual passava..." 

Percebem a inutilidade das linhas, mas ao mesmo tempo o tanto que foi dito nelas, percebem a irresponsabilidade dos personagens, mas a importância que há em cada coisa contextualizada, assim como acontece conosco no decorrer de nossa existência?

Pra ser ainda mais honesto, foi só no final que eu fui entender quem era quem nessa "viagem sem volta"...mas o livro em si, embora cru, como eu já disse, tem em várias passagens reflexões profundas, ressalvando-se é claro, que "reflexões e inflexões" de personagens viciados, marginalizados e que no fundo estavam cagando pra qualquer coisa que não fossem drogas e os meios para se intoxicar de forma rápida e contínua. É um livro sem mocinho, sem mocinha...o herói é a heroína, ou seja, um caos.

Welsh escreve por meio de uma mescla de linguagem, muito interessante por sinal. Acontece que ele me deixou com uma certa raiva do Chuck Palahniuk, autor do Clube da Luta. Isso porque, pela segunda vez, eu pego que as ideias do Chuck não eram tão originais e autênticas assim (o caso da garçonete que literalmente caga em tudo pra afrontar os clientes "otários"),e a outra ocorrência foi quando eu li a distopia Fahrenheit 451 do Ray Bradbury, o qual deixa seu personagem central desolado ao ponto de pensar que é só se perdendo tudo é que se ganha alguma coisa, ou algo assim...mas, por outro lado, me veio a velha máxima ao meu raciocínio de blogueiro que provavelmente está falando sozinho: nada se cria, tudo se copia.

Por fim, se é que vale alguma coisa, eu digo: super recomendo esse livro, é em uma palavra: FODA!

Peguei algumas vezes partes tendenciosas a um discurso romântico sobre o que seria o mundo sujo das drogas, mas é bem mais que isso, é uma viagem a esse mundo. Concluo que, ou o Irvine já esteve embarcado nessa viagem (se é que ainda não está, uma vez que não há outra caminho, senão o tem "um tempo sem!") ou ele conhece muita "gentinha", "viciadinha de merda" que o acompanhou na sua trajetória pessoal (falo assim, porque é assim que as coisas são "praqueles" puritanos que eu conheço, e porque também não quero ser nada mais do que um homem médio) hahaha, espero que sintam a ironia, pelo menos.

Algumas frases: 

"Nunca fui preso por causa heroína. No entanto, uma porrada de caras fizeram suas tentativas de me reabilitar. Reabilitação é besteira. às vezes eu acho que preferiria ir pra trás das grades. Reabilitação significa a negação do eu."

"O desfecho dessa atitude é que fui enviado a essa merda de terapia/orientação. Eu não queria isso. Era isso ou a cadeia. Tô começando a achar que o Spud levou a melhor. Essa merda turva a água pra mim, confunde as questões ao invés de esclarecer. Basicamente, tudo que eu peço é que esses viados cuidem de sua própria vida, que vou fazer a mesma coisa. Por que será que, só porque você usa drogas pesadas, qualquer babaca se sente no direito de analisar e dissecar você?"

"Bem, eu escolho não escolher a vida. se os viados não conseguem lidar com isso, a porra do problema é deles. Como diz Harry Lauder, eu só quero seguir em frente até o fim da estrada..."

"Já larguei algumas vezes. Largar e voltar a usar é como ir pra cadeia. Toda vez que cê é preso, diminuem as chances de se livrar desse tipo de vida. Com a heroína é a mesma coisa, Cê diminui a chance de um dia ser capaz de se livrar de vez. Será que fui eu que encorajei o Tommy a tomar o primeiro pico, só porque tava com o lance em cima? É bem possível. é bem provável. O quanto isso me faz culpado? Acho que o bastante."

33/75 no #Projeto75LivrosEmUmAno.

Foto Feeling do dia: CALMA, amanhã é sexta!


Bom dia pessoal, tenhamos calma, pois amanhã já é sexta-feira!
Quem ama essa música linda (Paciência do Lenine)? E quem já esteve nesse lugar maravilhoso (Arraial D'Ajuda - Porto Seguro - BA)?

Fui...


segunda-feira, 25 de maio de 2015

Livros lidos no mês de maio (até o presente) no #Projeto75LivrosEmUmAno

Boa noite, agora estamos atualizados até a leitura atual, postei as mesmas fotos e as mesmas legendas que eu tinha utilizado no meu Instagram. E  logo virá por aí, a trigésima terceira leitura do ano.


O 32º #livro do ano:
#ParaSempreAlice de #LisaGenova.
#StillAlice (tradução de #VeraRibeiro pela #EditoraNovaFronteira). Um romance tão bem amarrado que parece real. Agora estou louco pra assistir ao filme que consagrou a #JulianneMoore como a melhor atriz no #Oscar 2015. "Meus ontens estão desaparecendo e meus amanhãs são incertos. Então para que eu vivo? Vivo para cada dia. Vivo o presente. Num amanhã próximo, esquecerei que estive aqui diante de vocês e que fiz este discurso. Mas o simples fato de eu vir a esquecê-lo num amanhã qualquer não significa que hoje eu não tenha vivido cada segundo dele. Esquecerei o hoje, mas isso não significa que o hoje não tem importância". O interessante é o modelo de passagem utilizado pela autora...os capítulos são meses...e os meses são os reflexos da devastadora manifestação do mal de Alzheimer. Um romance tão bem cronologicamente desencadeado que parece mais uma biografia.
Arrisco me até em dizer que se a autora tivesse usado a narrativa em primeira pessoa, o livro seria ainda mais fascinante, porque às vezes me pareceu distante a Alice "física" da Alice "mental". E bem, para quem leu: diga me o endereço que o dr. Davis pediu para que Alice guardasse!

"John Black, rua Oeste, número 42, Brighton". Certo?

#Projeto75LivrosEmUmAno
32/75
📚😱💭👌😍🍁🍂🍃 

PS: acho que "ainda" (como no título original "still") Alice seria um título mais apropriado do que "para sempre" Alice.

A luta de Alice durante todo a série de atos concatenados que a levou ao "quase nada" de Alice era, na verdade, ser "ainda" Alice e não "para sempre" Alice.


O 31º #livro do ano:
#TravessurasDaMeninaMá de #MarioVargasLlosa. "A velha história estava pra se repetir. Nós íamos conversar, mais uma vez eu me renderia ao poder que ela sempre teve sobre mim, viveríamos um breve e falso idílio, eu criaria todo tipo de ilusões e, na hora menos esperada, ela ia desaparecer e eu, machucado e zonzo, ficaria lambendo minhas feridas como aconteceu em Tóquio. Até o próximo capítulo!" "Podia-se mesmo chamar de história de amor essa palhaçada de trinta e tantos anos, Ricardito?" Um livro riquíssimo em detalhes, em lugares, em idas e vindas... Ricardito o bom menino, sempre atrás do seu amor – a Menina Má...que na verdade não era tão má assim. ☕📚😱
31/75

#Projeto75LivrosEmUmAno


O 30º #livro do ano:
#OlhaiOsLíriosDoCampo de #EricoVerissimo.
Ainda não sei se o Verissimo era modesto demais ou simplesmente tão bom com as palavras que sabia a dimensão e profundidade de cada uma delas. Genoca ou o Doutor Eugênio Fontes é um personagem de natureza única e Olívia com toda sua complacência é tão formidável, que por vezes, durante a leitura, pareciam ser seres reais.
Acho que eu nunca tinha lido uma narração em terceira pessoa, que fosse tão inteligível quanto essa. Genoca com suas dores e seus diversos complexos parece expressar seus sentimentos por suas ações, mas quem nos conta tudo é a voz do autor.
Um dos melhores #livros que eu já li...e certamente um dos que mais me tocaram.
Filosófico, reflexivo e muito à frente de seu tempo (porém simples, coloquial, sincero). Mas por outro lado, eu até entendo o autor com toda sua humildade ao estranhar tamanho sucesso e proporção que o romance teve ao ser lançado (sensação transmitida no prefácio escrito por ele). Concordo que há alguns erros e coisa e tal. Mas gênio como era, só podia parecer desdenhoso querer trabalho melhor que esse. 
Por fim, entendo Genoca e Olívia como se fossem pessoas e não um amontoado de palavras, e entendo quando se fala: "Considerai os lírios do campo. Eles não fiam nem tecem e no entanto nem Salomão em toda a sua glória se cobriu como um deles". O que mais direi eu? Palavras! Apenas palavras.

#Projeto75LivrosEmUmAno
30/75
📚💛



O 29º #livro do ano:
#NoCentroDaTerceiraFileira (#NC3F) do #GabrielCNeves (#GCNeves), edição da #ChiadoEditora.
Pô, o Gabriel foi muito gente fina comigo, do nada me enviou seu livro. Eu, como valorizo os presentes que recebo, acabo pulando a fila nas leituras. E isso de certa forma é muito bom. Ainda mais quando o romance é como o NC3F, com uma linguagem simples e um papo super jovial sobre uma fase da vida que todos nós adultos já passamos, ou seja, a adolescência. (Lógico, rsrs...) Com um cenário como a Cidade Maravilhosa de fundo, e com audaciosas pitadas de sexo, G.C. Neves ainda consegue transmitir outras coisas do universo pré adulto. 
Pobre Rob (Adônis)... •"Fooooda-se. Por enquanto, eu só quero um beijo dela." ------- 29/75

Livros lidos no mês de abril de 2015 no #Projeto75LivrosEmUmAno


O 28º #livro lido do ano:
#Fahrenheit451 de #RayBradbury.
É ainda melhor do que falaram. Tão foda que merecia ser queimado.
Marquei 97 frases de efeito, ou efeito nas frases. Se querem saber, leiam! 
#Distopia é vida! •"...os livros não dizem nada! Nada que se possa ensinar ou em que se possa acreditar. Quando é ficção, é sobre pessoas inexistentes, invenções  da imaginação. Caso contrário é pior: um professor chamando outro de idiota, um filósofo gritando mais alto que seu adversário. Todos eles correndo, apagando as estrelas e extinguindo o sol. Você fica perdido." •"O sol ardia todo dia. Queimava o tempo. O mundo se precipitava num círculo e girava sobre seu eixo e, de qualquer modo, o tempo já estava ocupado queimando os anos e as pessoas sem nenhuma ajuda dele." 28/75


#Projeto75LivrosEmUmAno
📚⛽💥🔥🚒💥😁🔥🚒⛽💥🔥📚



O 27º #livro do ano:
#BorboletasNoJardim do escritor brasileiro #ValterDosSantos.
Confesso que este me surpreendeu pelo fato como veio até mim...fazia um bom tempo que eu não lia um romance espírita, e os poucos contatos que eu tive com esse gênero literário, deram-se por algumas obras da consagrada Zibia Gasparetto.
O que me encantou é que o Valter tem uma escrita singela, mas que nos prende mesmo! Tipo a Vovó Zibia (não apela, porém transmite a ideia). Adorei a mensagem de luz e transcendência dos espíritos. Li rapidinho, mas vou demorar pra voltar a ver uma borboleta como eu via antes. E isso é bom, muito bom! "Que este aroma de lavanda a ajude a se lembrar que vivemos para sempre e que estou aqui, pensando nela". "Eles me enviaram muitas borboletas durante toda a minha vida para me mostrar que tudo ficaria bem..." #Projeto75LivrosEmUmAno
27/75 📚💙🍃


O 26º #livro do ano: #RostoDeCaveiraOsFilhosDaNoiteEOutrosContos de #RobertEHoward autor de #Conan e que como gênio que foi poderia ter escrito bem mais coisas bacanas.
Eu não curto muito os #livros de #contos, mas esse eu gostei, principalmente pela variedade de "fantasias" que Howard foi capaz de produzir em tão poucas páginas destinadas para cada conto.
Assim como o #RostoDeCaveira, ao qual dedico a foto e o que teve o maior número de páginas (quase a metade da edição em questão); penso que: cada conto poderia ter facilmente se tornado um livro por si só, mas acontece que Howard cometeu suicídio. E enfim... 💀💀💀💀💀💀💀💀💀💀 "O tempo e as eras não são mais do que cremalheiras desencaixadas, girando sem tomar conhecimento umas das outras. Ocasionalmente — ah, raríssimas vezes! — as engrenagens se encaixam. As peças se juntam por algum tempo e permitem que os homens vejam além do véu dessa cegueira cotidiana a que chamamos de realidade." #Projeto75LivrosEmUmAno
26/75 👌☕📚❤🍻💀🍔 #JackDaniels, #Skull, #RedFlowers, #Black  and #TruckFood #Augusta


O 25º #livro do ano:
#OAlienista de #MachadoDeAssis.
Afinal, quem é o alienista e  quem é o alienado nessa nossa vida de falsa democracia versus povo no poder? •"Um fita o presente, com todas as lágrimas e saudades, outro devassa o futuro com todas as suas auroras." •"Verdade é que, se todos os gostos fossem iguais, o que seria do amarelo?" •"—Preso por ter cão, preso por não ter cão! Exclamou o infeliz! •"— Mas deveras estariam eles doidos, e foram curados por mim, — ou o que pareceu cura não foi mais do que a descoberta do perfeito desequilíbrio do cérebro?" 25/75
#Projeto75LivrosEmUmAno 📚😵 Ah, esqueci de comentar que essa edição é de 77 e achei esse livro numa caixa de doações. Puro amor no lixo!?💙


O 24º #livro do ano:
#RisíveisAmores de #MilanKundera "Parece que você não sabe que noventa e nove por cento das palavras que pronunciamos são palavras atiradas ao vento. Você mesmo, a maior parte do tempo, não fala só por falar?" "No fim do verdadeiro amor, existe a morte, e só o amor no fim do qual existe a morte é o amor." "Não se negue. Não tem sentido resistir." Ps: não tem como escolher apenas meia dúzia de frases aleatórias, também nem estou a fim de fazer essa escolha, pelo menos não hoje... Kundera é um monstro com as palavras. 💔 24/75.
#Projeto75LivrosEmUmAno




O 23º #livro do ano:
#GuiaPoliticamenteIncorretoDaFilosofia (#EnsaioDeIronia) de #LuizFelipePondé.
Ainda estou digerindo boa parte do que eu li, metade por concordar com um monte de coisas politicamente incorretas e a outra metade por pensar que eu não deveria.
Resumo como: pra você que é todo(a) certinho(a) até a terceira dose de tequila entrar no rabo, e depois sai comendo o pé da mesa, ou então pra você que faz a linha crente e não bebe nem leite com manga, mas faz outros horrores por aí...não leia! (Vai ser duro pra você). Combinados?
Pondé escreve coisas como:
"Só os mentirosos e ignorantes têm orgasmos políticos com o 'povo'". "O mundo não tem salvação." "Algo na natureza humana ama a mediocridade." "O idiota raivoso fala sempre com força de bando e, na democracia de massa em que vivemos, ele sim tem o poder absoluto de destruir todos os que não se submetem a sua regra de estupidez bem adaptada." "...as mulheres (que não suportam fracos) só aguentam a sensibilidade masculina até a página três. Passou daí, elas se enchem..." "Desconfio de todo mundo que usa a palavra "coletivo" numa reunião de professores." E por aí vai...#polêmica pura.
Se você é politicamente correto ou pensa como um, nem passe raiva/ desperdice seu tempo. Hahaha.
23#livros/75

O 22º #livro do ano.
Foi o #FogoFátuo, mais um presente do autor maranhense #FranckSantos.
A prosa poética que me "vestiu" nesse dia de outono que teve chuva, sol, depois tarde cinza e noite com garoa.
Vou ficar com um trecho do poema intitulado "Quando Dezembro Chegar!", embora seria fácil escolher outro trecho, outro poema, outras duas linhas quaisquer desse pequeno grande livro de: amor, fogo, azul, livros, vida, morte, choro, riso, música, sexo, encontros, desencontros, cigarro, Nina Simone, Clarice Lispector, chuva, vinho, malbec e outras trivialidades da vida. (Não necessariamente nesta ordem! Ok!?). "...A abrigarei dentro da minha jaqueta marrom como abrigaria o mar e seguraria a chama de um isqueiro com a língua e ouviria o sussurro das árvores no azul das tardes só para vê-la sorrir, porque neste mês podemos tudo e por isso, como mágica, evaporaríamos entre nuvens e cinza e anjos e blues e algas e estrume e porcelana e sonhos até janeiro nos encontrar humanos e mortais, outra vez."