sexta-feira, 8 de janeiro de 2016

Livros lidos no mês de Novembro de 2015 no #Projeto75LivrosEmUmAno

Os #livros de #novembro.

Foram 8 #títulos e apenas 1380 páginas. Estava tipo lendo só #livro pequeno nesses últimos tempos, porque ainda queria bater a minha #meta do #Projeto75LivrosEmUmAno.

59º - #CapitãesDaAreia
60º - #MinhaMãeSeMatouSemDizerAdeus
61º - #OHomemQueConheciaAsMulheres
62º - #OAmorÉFogo
63º - #DoidasESantas
64º - #OPássaroRaro
65º - #OFazedorDeVelhos
66º - #OsPioresDiasDaMinhaVidaForamTodos 


 💪💙📚

O 66º #livro lido no ano: 
Os piores dias da minha vida foram todos de Evandro Affonso Ferreira.

Um vômito de saber melancólico de uma morimbunda no leito de morte.
Sem capítulos, sem partes, quase sem vírgulas e espaços. 

#Sublime, é a segunda obra que eu leio desse cara e já sou fã dele. Haja coração, estômago, pulmões pra tantas linhas de antíteses sentimentais. 

Não indico pra quem não sabe nadar. É profundo demais, eu mesmo, quase me perdi.

"Venha, luminosa Antígona, seja minha carpideira: também estou sendo enterrada viva."

"Mais cedo mais tarde vai perceber também que a vida é um bordão de nós, meada de difícil desenredo; que ninguém encontra solução para esse enigma; que duas três existências seriam insuficientes para dissipar totalmente as trevas da ignorância."

"Quem é vítima constante do malogro deixa de ser gente de peleja, perde de vez o gênio intrépido o ânimo e afoiteza. Estou exaurida pelo tédio e pelo desengano."

"Também sei que tudo é tão fugaz quanto a quentura da pipoca."

"Amigo escritor extinto uma vez me disse que vida inteira havia catalogado arrependimentos; que a pior coisa que pode nos acontecer é uma sucessão irremediável de vergonhas de nós mesmos."

"Vou — inteirada da inutilidade da minha existência: vim, vi, perdi..."

"Os piores dias da minha vida foram todos."


O 65º #livro do ano:
O fazedor de velhos de Rodrigo Lacerda.

Pedro é um bom personagem, mas quem rouba a cena é mesmo o professor Nabuco ou Fazedor de velhos, para os íntimos.

 "— Certa vez, diante dos meus olhos, um único livro fez um rapaz de dezesseis anos envelhecer dois anos em poucas horas! "
(...)
— A vida, para uns, será mais suave; para outros, mais dura. Às vezes por castigo, às vezes por acaso.
(...)
— Falem com o tempo. Conversem com ele. Fiquem íntimos dele. O tempo é a nossa única companhia até o último instante.
— Sejam orgulhosos na derrota. E bondosos na vitória. Muito obrigado." 

Eu poderia ter colocado um #relógio na foto, mas preferi colocar um #sorvete em homenagem ao Pedro, o personagem principal. E também porque o relógio não dá a hora (tempo), ele apenas mostra - é, eu sei isso é meio besta de se dizer, mas quem lê essas bostas de comentários/legendas? E também porque o meu #domingo acabou assim, com #Charge na cabeça.
Bem, é isso.


O 64º #livro do ano: 
#Contos banhados em rica #filosofia - O Pássaro Raro de Josten Gaarder.


Com sacadas de um futuro apocalíptico e, às vezes, sacadas de um passado não tão distante (só desde a explosão que originou essa porra toda de mundo! Só!). J.G. tem uma série de contos brilhantes.

Todos os 10 contos têm em comum a provocação do personagem ao pensar...acontece alguma coisa que dá aquele start aos pensamentos. (Mesmo nas narrativas mais improváveis até nas mais triviais).

Vou parar de falar, porque o sono está me consumindo. E como o próprio autor diz logo na primeira página do exemplar em questão:

 "A maior parte do tempo o mundo desperdiça dormindo. A maior parte do espaço também.
Apenas de vez em quando, ele esfrega os olhos e desperta para a consciência de si mesmo.
—Quem sou eu? — indaga o mundo.
—De onde venho?
Por alguns segundos, o pássaro raro pousou em nosso ombro."

 Bem, como o meu #mundo sou eu. E no momento nem pombos me cercam, tô indo dormir!
...



O 63º #livro do ano: 
Doidas e Santas de Martha Medeiros.

Pessoas, esse foi o #book do fim de semana. Sério, a M.M. escreve hiper de forma fluída e leve, e engajada e afins...mas acho uma confusão só, juntar um monte de crônicas aleatórias escritas durante o decorrer de quase três anos e pá e pum.

Como a própria diz em certa parte da #crônica 'Notícias de tudo', datada em 06 de maio de 2007: "Impossível assimilar a avalanche de informações que recebemos todo dia. A gente não armazena nem dez por cento. O ataque é maciço e constante, não tem pra onde fugir. Eu, que faço parte da artilharia, nem por isso deixo de me questionar: será que não estamos indo além do limite aceitável? Informação é fundamental, mas sem overdose." Ah, gostei de muitas dicas de livros, filmes e referências diversas, como um simples sonhar com alguém morto, épocas da vida e sociedade num geral. Bem como poetas e escritores brasileiros citados, e que eu preciso urgentemente achar pra ler.

Vou terminar como uma crônica sem cabeça, apenas com um esboço de corpo, porque hoje é segunda e eu não fico muito a fim de falar nesse dia da semana. Graças a Deus não nasci numa segunda, eu seria provavelmente surdo/mudo.

Diz M.Medeiros na crônica 'Os bastidores da crônica': "...Você fala em sexo e desejo, o outro salta condenando o hedonismo. Você clama por mais charme na vida, o outro salta condenando o elitismo. Quem tem razão? Cada um tem a sua, e que se atreva alguém a dizer quem está certo ou errado. Há tantas verdades quanto seres humanos na Terra.".

Bem, é isso e reticências e tal.


E o 62º #livro lido foi:
O amor é fogo de Nora Ephron.

Não sei como esse livro veio parar no meu carrinho de compras da loja #Submarino, comprei e bem...a foto tá mais legal do que o livro...(garanto). A Nora Ephron vendeu muito por aqui o #MeuPescoçoÉUmHorror, não li ainda e nem sei se um dia pegaria/pagaria pra ler.

Esse livro todo é um Devaneio de uma corna da década de 80 (paguei 20 dilmas pra ler uma história de alguém que vive em outro universo e um mimimi do cacete). Muito fútil mesmo, só me valeu por duas #receitas (sim, ela manda umas receitas e uns lances de culinária no meio do romance). Enfim, se não fosse pela receita do #LinguineAllaCecca (que parece ser leve e gostoso para servir no verão) e pela receita da #TortaDeLimão (que parece ser hiper simples), eu tacaria esse livro no forno.

E tipo, que final de chifruda maluca! 

Frases? (Olha, difícil hem!?):

"É verdade que homens que choram são sensíveis e têm contato com os sentimentos, mas os únicos sentimentos a que costumam ser sensíveis e com os quais estão em contato são os seus próprios."

"Em um sonho. Creio que sim. E então o sonho se quebra em um milhão de pedacinhos. O que deixa você com uma escolha a fazer: ou você se ajusta à realidade, ou você se desliga, se desliga totalmente e, como uma louca, vai viver outro sonho."

Bem, é isso.


O 61º #livro: O homem que conhecia as mulheres de Marcelo Rubens Paiva.


O estilo de livro que tinha tudo pra ser mais legal...uma escrita de boa, uma linguagem atual, mas sei lá... Também me diz aí qual #homem que conhece uma #mulher? 

Enfim. Não vou me alongar porque não sou crítico de nada...as únicas coisas que eu gostei foram: a)vários locais e referências eu conheço, eu frequento, eu vivo ou vivi (livro que se passa em #SP, cita entre outros lugares, o Clube Alôca a Frei Caneca e as adjacências...) - b) acabou muito bem, e eu sou do tipo que sempre observa a primeira e a última frase de um livro, filme, ato teatral, desenho animado, novela e coisa e tal.

Frases? Tem algumas ótimas, mas o Marcelo Rubens Paiva é um cara mais de pegada/sacada linguística do que de frases de efeito.

Fico com essas:

"Me disseram que a vantagem de ser solteiro é que você sempre dorme com a esperança de que vai encontrar na tarde seguinte o amor da sua vida. Não amar mantém o amor alerta."

"'Do que estou atrás?' (...) 'Estou correndo atrás de algo ou fugindo de algo?"

"E como no mar e no céu, nenhum beijo é igual ao outro."

"Por entedê-las, não consigo me apaixonar ou conviver com elas. Perde o encanto. É o mistério que mantém nosso interesse.
Você está dizendo que paixão é mistério?
Adeus."

"Bem, entre os passarinhos do campo, o barulho do mar, as cigarras cantando, prefiro o mundo." (e foi assim que acabou).
 

Bem, é isso.
Logo a seguir postarei sobre o 62º livro lido, pois assim como eu queria, acabei lendo os dois de ontem pra hoje.


O 60º #livro do ano:
Minha mãe se matou sem dizer adeus de Evandro Affonso Ferreira.

Tão sibilino quanto o título, tão soturno quanto a morte, tão filosófico quanto uma vida inteira quase vivida e uma outra abruptamente ceifada.

E.A.F surpreende não só com um texto imediatamente brilhante como também com uma proposta estilística indiscutivelmente inteligente.

Devorei esse "drama" de apatia, melancolia, delírio, aliteração e prosa (por que não?)(visivelmente) poética em um dia. Pois o livro é de tamanho ilógico: curto em número de páginas e comprido na intensidade das palavras.

É uma valsa do perecimento de uma quase quinta (ironicamente hoje é quinta!). DECRÉPTO, nunca ouvi tanto essa palavra em 127 páginas de agonia, tudo reflexo (talvez) de uma falta de adeus; reflexo talvez de uma vida mal vivida ou bem, dependendo do seu ponto de vista utilizado pra enfrentar essa celeuma constante.
Frase? (Bem, anotei tanta coisa que...):

"Ficaria menos triste se ela minha mãe tivesse deixado pelo menos um bilhete elíptico com apenas três vocábulos: PERDÃO PRECISO PARTIR."

"Chove choro. Ninguém percebe: melancolia excessiva impede a progressão do pranto; é tristeza que não se expõe. Senhor solitário ali na última mesa à esquerda também chora sem lágrimas; eu sei. Está me dizendo telepático que viajou tanto para chegar a lugar nenhum, que no fim da festa é sempre assim: fica-se sozinho brindando sem saber o quê consigo mesmo... "

"Uma promessa de luz está sempre contida nos subterrâneos da negação. •"A verdade — o fundo restante das coisas — arde, fere, abre feridas."

"Se pudesse acariciar lento seu corpo nu possivelmente pensaria por algum momento que a vida não é ruim. Mas é; eu sei. O êxtase também é fogo-fátuo."


O 59º #livro do ano:
Capitães da Areia de Jorge Amado.
Quando uma pessoa especial te indica um livro, é pelo fato de que esse é mesmo especial.

Não é por menos que esse livro é obrigatório na #literatura brasileira, não é por menos que J.A. é o cara, não é por menos que esse livro foi censurado, queimado e o Diabo a quatro.

Como eu queria, que ao menos uma vez, quem só sabe gritar a favor da redução da maioridade penal desse uma olhadela nesse #romance, e viesse a vislumbrar que há sempre o "outro lado". Não quero dar uma de comunista ou revolucionário, ainda mais que estou a falar de algo (teoricamente) fictício, mas a violência e o ódio sempre têm um porquê. E acho que nem era essa a ideia da obra.

Mudando de assunto: eu amo #narrativas como essa. Quando me falam de um mundo todo nas entrelinhas. Quando me tocam no meu âmago. Que me deixam com um nó na garganta, com as pupilas dilatadas e o coração em estilhaços.

#Frases? Eu teria umas cem delas aqui, então ficarei com essas:

"As marcas que ficaram nas suas costas desapareceram. Mas de dentro dele nunca desapareceu a dor daquela hora."

"...entre os Capitães da Areia quando se é amigo se serve ao amigo."

"Uma estrela no lugar do coração."

"A liberdade é como o sol. É o bem maior do mundo."
 

Bem, é isso.

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